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segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Meu filho... Minha vida



Para vocês filhos... 
Sei lá porquê hoje.
Hoje em que a saudade da minha mãe dói mais, que em outro dia qualquer. Hoje porque a magia do Natal nunca mais é igual quando á nossa volta já não estão presentes aqueles que mais nos amam.
Gostava que houvesse algum desses cientistas, desses seres que se dedicam às estatísticas, ao estudo das psicologias e psicanálises, que fazem esses estudos sobre os atos do ser humano e analisam a sua alma, ou simplesmente um ser especial e sensitivo, que entende o ser humano e a sua alma.
Hoje, gostava que me explicassem,  o que leva um filho a desistir dos seus pais, sim aqueles pais que tudo fazem por eles, e que a maioria de nós, aqui neste meu canto sabe, porque são pais e são filhos.
Alguns já viveram a perca dos seus, eu vivi a perda da minha mãe há 10 anos e senti um vazio tão grande que se apodera de nós, segrega toda a energia, toda a força do nosso corpo e coragem do nosso peito, numa dor tão profunda.
Aquela dor, aquele sentimento de que perdi a única pessoa que dava a vida por mim.
Essa é a descrição de perder esse ser que nos deu a vida, por toda a sua vida. Desistiu dos seus sonhos por nós, deixou de comer por nós, porque a melhor parte da carne, do peixe, o melhor de tudo o que tem guardam para nós, andam com a mesma roupa anos a fio, até ficar rota, sapatos rotos e sem sola, para poderem comprar roupas e sapatos novos  para o pequeno ser que passou a ser a sua vida.
Pais que sacrificam tudo pelos filhos, mas que não lhe chamam sacrifício, chamam amor, um amor maior que tudo, porque no momento em que aqueles olhinhos nos olham nos olhos e aquelas mãozinhas se estendem para nós e nos tocam, a nossa vida nunca mais volta a ser igual, e aí sim, só aí aprendemos o que é amar incondicionalmente.
E… quer eles se tornem criminosos ou doutores, sejam eles o que escolherem ou o que a vida escolher para eles, quer os achem feios, gordos, magros, ou o que quer que seja que os outros pensem. Os pais estão sempre lá para nós. Sempre!
E se pensarmos que de um dia para o outro, que no momento seguinte isso já não acontece, que o inesperado espreita a cada esquina da vida, e nessas voltas, numa dessas esquinas eles se vão, sem avisar sem tempo para dizer adeus, e não temos mais tempo de pedir desculpa. 
Nas voltas da vida o destino prega as suas partidas.
Tu! Sim, Tu! Filho que te fazes de morto, que esqueces teus pais ainda vivos, que os magoas e maltratas, com a tua indiferença e desamor.
Sim, tu....
Que vais sentir quando te baterem á porta, quando um desconhecido te disser que houve um acidente, que acabou, sim! Porque só aqui acaba.
Pensarás no que não fizeste, no orgulho que não quebraste e que já de nada te serve, pensarás no quanto os desprezaste?
Sim, tu! É para ti que escrevo, este meu desabafo.
Tu que te achas dono da razão, que achas que sabes tudo, tu que até já és pai e mãe, e nem assim esqueces as magoas e as desavenças e o orgulho e procuras os teus, lhes dás um abraço apertado, ás vezes é só isso que é preciso, pensas que sabes, mas só pensas, porque tu não sabes nada!
Já pensaste que um dia, os teus filhos te farão o mesmo, já pensaste nessa dor profunda de te virarem as costas e nem saberes o que se passa com eles. Será que nesse lugar onde te escondes dentro de ti, e não deixas ninguém entrar pensas neles e no que sofrem sem ti, na sua tristeza e angustia de se saberem pais de um filho ausente, que os esqueceu, que os deixou na angustia de uma morte em vida.
Hoje penso nesses filhos e porque esta é uma época de família, de amor e porque de um   momento para o outro os podes perder para sempre e sem solução possível.
Filhos, vocês que estão ausentes em vida não esperem que a morte chegue, sim porque ela chega de repente, sem pedir licença, e sem avisar, não esperem esse dia para chorar e pedir desculpa, já não adianta. Ali tudo se acaba, para sempre.
Só ali é para sempre.
E se a mágoa for tanta que achem que não merecem, não o façam por eles, façam-no por vocês, aproveitem a magia do Natal e façam – no por vocês, porque o que realmente importa nesta vida são os momentos que vivemos junto dos que nos amam e que mesmo magoados amamos também.
O mais importante desta vida é o amor que dás e que recebes, é isso que fica depois de tudo, amor da família, dos amigos, daqueles que escolhemos e nos escolheram para fazer esta caminhada.
Esquece!
Atira as mágoas para longe, todos as temos, ama os teus pais hoje porque amanhã podes não ter tempo, e de nada adianta chorar numa campa cheia de flores, nenhuma lagrima, nem nenhuma flor te dará a paz, porque essa dor, esse vazio, vai corroer-te por dentro.
Porque uma parte de ti, quer queiras quer não vai com eles e essa parte, aquela em que não te deste, em que os desprezaste essa vai atormentar-te até ao fim dos teus dias.
Filhos, amem os vossos pais, porque apesar de todos os erros, ser pai também é errar e aprender, e eles são os únicos que dão a vida por ti!

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