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sexta-feira, 26 de outubro de 2018



Já passou um ano.
Um ano de tortura, angustia, revolta, de sentimentos controversos de saudades e lembranças, que escrevo para ver se alivia esta minha dor.
Um ano ...
Um ano em que ainda te sinto, em que o primeiro pensamento ao acordar ainda és tu. em que preciso recordar que foi verdade.
Ás vezes penso que preciso parar de escrever a minha dor, a minha saudade, de escrever a lembrança que guardo de ti, que preciso simplesmente parar.
Porque ás vezes tenho a sensação que isto não vai acabar nunca, que este vazio, esta dor que sufoca o peito, não vai parar nunca.
O tempo é o melhor remédio, dizem, o tempo, diz-me a razão vai fazer tudo melhorar, mas este ano, um ano, só me faz lembrar-te mais, o tempo só me faz tomar a cada dia mais consciência de que nunca mais te vou ver.
E esse tempo só parece, que fez a dor da tua ausência aumentar e a cada dia ficar mais real.
Ás vezes tenho medo, medo porque penso que me ando a alimentar desta dor, que preciso dela para continuar, para ter um alimento, para te ter comigo um pouco mais.
E assim, as drogas que tomo para a minha cabeça se organizar, nunca vão fazer efeito, tenho medo de uma parte de mim ter ido contigo e de eu não ter mais concerto. E aí rio e invento coisas para me distrair, para me abstrair da dor que ainda me consome.
Preciso parar de querer ter-te comigo, preciso parar de te lembrar, preciso parar de alimentar-me deste sofrimento, deste querer da tua presença nem que seja em pensamento.
Preciso parar de te pensar, de te deixar ir.
Preciso aprender a dizer-te adeus...

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