
Adeus...
Vou deixar este lugar disforme,
deixar para trás esta forma errante
de me deixar levar ao ritmo
titubeante de actos tumultuosos,
este caminhar dilacerado
por navalhas embriagadas de luz e frio,
na ausência de cor, sabor ou sentido...
Vou desfazer-me do rótulo que embeleza
o invólucro da matéria que nos transporta,
e nos transborda das margens do real
e torna tudo um pouco mais aceitável.
Adeus...
Assim me despeço
porque as palavras deixaram de fazer sentido,
deixaram de ter significado ou poder
e tornaram-se cúmplices num arrastar
de situações intoleráveis,
qual malmequer que serve de ornamento
ao meu tumulo,
exclamando por cima de mim
"Aí sim, aí é o teu lugar!"
Adeus...
Fui embora e não volto mais aqui.
Nem eu te volto a falar,
nem tu me voltas a ver...
Só voltei atrás
para que me visses a dizer:
"Adeus, vou-me embora"...
Mas não digo,
porque arrependi-me agora.
Nelson Gonçalves 15/1/2002
4 comentários:
Boa Tarde
Mais uma optima escolha
Amizade
Luis
Optima escolha.
Amizade da pura. O que sentimos devemos sempre dizer olhos nos olhos.
jocas doces
O QUATORZE, ainda bem que gostas. Assim vais voltar :)
Beijos
Émotions, devemos mesmo. Deveriamos dizer sempre que temos aqueles que amamos ao pé, porque pode não haver amanhã.
Beijos
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