Pesquisar neste blogue

domingo, 22 de junho de 2008

Quem Inventou o Amor era mesmo um Otário

Que me perdoem os casados, os amados, os amantes, os apaixonados, os sonhadores, os optimistas, e até os cientistas... mas quem inventou o amor era mesmo um otário. Quem se lembraria de inventar um sentimento tão doloroso, tão grande, tão egoísta, tão masoquista, tão revoltante como o é o amor?! Certamente alguém que não tinha vida própria e que precisava de pensar urgentemente em alguém... Ou então alguém que com medo de se enjoar de si próprio resolveu começar a pensar noite e dia numa outra pessoa... E pronto, essa ideia virou moda e o sentimento globalizou-se ao mundo inteiro e toda a gente aprendeu, sem nunca lhe terem ensinado concrectamente, que quem vive, tem de amar. Mas que raio de sentimento é este?! Que nos arrefece o espirito e nos aquece o coração?! Que nos envolve em suas garras para depois nos atirar fora, desprezando-nos, humilhando-nos, entristecendo-nos, podendo até levar-nos à loucura. Mas quem não são os amados e os amores, e os amantes, se não todos loucos?! Para quê amar quando toda a gente sabe que amar é sinónimo de sofrer?! Também deve ser sinónimo de burrice pelos vistos... Também que raio de sentimento que foram inventar, que nos faz sorrir sem motivo, que nos faz ver a vida com outras cores, que faz os nossos olhos brilharem sem razão aparente...?! Que nos faz ficar nas nuvens sem termos construído os alicerces, que nos faz voar sem termos asas... Que raio de desejo e paixão que nos atravessa de lado a lado do corpo e insiste em ficar. O amor é um intruso, é um viajante sem destino. Aparece quando quer e instala-se no nosso peito sempre que lhe apetece e não sai por mais que queiramos deixar de sentir essa coisa tão estranha que é amar. E depois não tem definição. Por mais que os poetas e os escritores e os filósofos tentem, ninguém consegue definir precisa e concrectamente esse sentimento rebuliço, tempestivo, que nos faz chorar de tristeza e rir de felicidade. Que nos faz pensar no que está certo e no que está errado. Que nos faz olhar-nos a nós próprios ao espelho com outros olhos e repensar no que se tornou a nossa vida e reformular todos os nosso objectivos. Amar faz-nos perder a vontade de sair de casa, de comermos, e faz ter vontade de sonhar e de acordar num mundo completamente diferente. Num mundo onde os nossos desejos imperam e as nossas vontades ordenam. Porque não poderemos escolher quem amamos? Era tão mais fácil... Amar sem ser amado é como ter má fama e não ter o proveito. É como ter tudo e não ter nada. É como ter um computador e não ter Internet. É como ter bons talheres e não saber de que lado se deve pôr a colher. Se assim pudéssemos escolher, eu amaria quem me ama e não amaria quem me faz sofrer. Aliás, se pudesse escolher não amava ninguém e amava a vida. Ou então amava aqueles que realmente me mereciam e não aqueles por quem despejo rios de lágrimas pelas minhas faces abaixo. Quem inventou o amor era um grande otário mas otários somos afinal nós por seguirmos em massa a sua invenção.
(Desconheço o autot)

Sem comentários: