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quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Eu sou a que no mundo anda perdida.
Eu sou a que na vida não tem norte, Sou a irmã do sonho, e desta sorte Sou a crucificada... a dolorida...
Sombra de névoa tênue e esvaecida, E que o destino amargo, triste e forte, Impele brutalmente para a morte! Alma de luto sempre incompreendida!...
Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber por quê...
Sou talvez a visão que alguém sonhou.
Alguém que veio ao mundo pra me ver... E que nunca na vida me encontrou!
(Florbela Espanca)

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