
Voas, embalada pelo vento, de flor em flor, beijando as pétalas com asas de veludo, provando o doce néctar dos deuses, vagueando erractiamente pelos prados verdejantes de Maio. Não pareces ter um destino, mas sei que me procuras, por entre todas aquelas cores, queres sentir o sabor da minha pele, sentir o toque nos meus cabelos, apetece-te confundir-me com uma de entre muitas outras flores desse dia. O vento, que te sopra as asas, há-de levar-te até mim, numa dança quase frenética, mas simultâneamente bela e terna. Segues o teu instinto natural, e com a brisa que te sopra, ganhas alento e força para continuares, a eterna procura pela flor perfeita, pelo néctar divino, ou, simplesmente pela pele, de aromas de côco, e pelos cabelos negros e macios que te proporcionam um pouso suave.
Borboleta, mulher, a natureza partilha-te comigo, ambos te lançamos apelos que te dividem entre o beijo de uma flor e os braços de um homem.
Mulher, borboleta, esvoaça sobre o mundo, dividida entre a beleza das tuas asas e a pureza da tua alma, segue o teu destino, sem nunca te esqueceres que és mulher, mas sabendo que tens asas.
(in daquidali)
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