Pesquisar neste blogue

sexta-feira, 22 de março de 2024

Mas afinal, o que se leva da vida, senão os remorsos?



"Remorsos do que poderia ter sido e não foi, e do que se perdeu depois de ter sido. Remorsos do que devia ter sido dito e feito, e não o foi a tempo, ou do que foi demasiadamente dito e feito. Remorsos destes eternos desencontros, desta sensação de que nada existe no seu tempo certo, de chegar sempre tarde ou partir cedo demais.”

Miguel Sousa Tavares

sábado, 4 de novembro de 2023

Medo

Perdi - te, e comecei a ter medo. Medo de sair para a rua, porque em casa me sinto segura. Medo de andar de carro, porque posso ter um acidente. Medo de ir de férias no verão, porque há incêndios por todo lado e isso me apavora. Medo de sair de inverno, porque tem  chuva e inundaçoes. Medo de andar de moto porque é perigoso. 
E comecei a ter medo de ter medo. 
E depois descobri que este medo é uma doença, e que não tem cura, mas pode ser controlado, porque estou a aprender que tudo pode acabar num simples passeio de bicicleta, porque foi assim que te perdi, num lindo dia de sol de outono, sem vento, sem chuva e sem incêndio.

quinta-feira, 22 de junho de 2023

Angústia



Há dias de tanta angústia
Que não sei do que ela é.
Não sei se me sobra o sonho.
Não sei se me falta a Fé.
É uma angústia que nasce,
Como de um solo, de mim,
Que parece ser eu todo
Com razão de ser assim.
E esmaga-me toda a alma,
Confunde todo o meu ser
E tudo gira em meu torno
Sem eu o compreender.
Mágoa como um portão velho,
Ferrugem da quinta em fim,
É uma angústia que cai,
Como num solo, por mim…

(Fernando Pessoa)

Preciso de um amigo.

 


Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova quando 
chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações da infância.
Preciso de um amigo para não enlouquecer, para contar o que vi de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade.
Deve gostar de ruas desertas, de poças d´água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim. 
Preciso de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já tenho um amigo.
Preciso de um amigo para parar de chorar. Para não viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas.
Que bata nos ombros sorrindo e chorando, mas que me chame de amigo, para que eu tenha a consciência de que ainda vivo.

 (Desconheço o autor)

Amor de Mãe...




O amor de mãe é o combustível que capacita um ser humano comum a fazer o impossível.

(Marion C. Garretty)

Dor...

 

"Dentro de cada pessoa há dores que ninguém conhece, sacrifícios que ninguém viu, cicatrizes que ninguém cuidou. Há sentimentos que ninguém pode julgar, porque ninguém chorou as mesmas lágrimas, sofreu a mesma dor...
Cada um de nós sabe o que tem no coração e ninguém no mundo se pode dar ao luxo de julgar."

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

O Amor

Era uma vez uma ilha, onde moravam todos os sentimentos: a Alegria, a Tristeza, a Sabedoria e todos os outros sentimentos. Por fim o amor. Mas, um dia, foi avisado aos moradores que aquela ilha iria afundar. Todos os sentimentos apressaram-se para sair da ilha.


Pegaram seus barcos e partiram. Mas o amor ficou, pois queria ficar mais um pouco com a ilha, antes que ela afundasse. Quando, por fim, estava quase se afogando, o Amor começou a pedir ajuda. Nesse momento estava passando a Riqueza, em um lindo barco. O Amor disse:

- Riqueza, leve-me com você.
- Não posso. Há muito ouro e prata no meu barco. Não há lugar para você.

Ele pediu ajuda a Vaidade, que também vinha passando.

- Vaidade, por favor, me ajude.
- Não posso te ajudar, Amor, você esta todo molhado e poderia estragar meu barco novo.

Então, o amor pediu ajuda a Tristeza.

- Tristeza, leve-me com você.
- Ah! Amor, estou tão triste, que prefiro ir sozinha.

Também passou a Alegria, mas ela estava tão alegre que nem ouviu o amor chamá-la.
Já desesperado, o Amor começou a chorar. Foi quando ouviu uma voz chamar:

- Vem Amor, eu levo você!

Era um velhinho. O Amor ficou tão feliz que esqueceu-se de perguntar o nome do velhinho. Chegando do outro lado da praia, ele perguntou a Sabedoria.

- Sabedoria, quem era aquele velhinho que me trouxe aqui?

A Sabedoria respondeu:

- Era o TEMPO.
- O Tempo? Mas porque só o Tempo me trouxe?
- Porque só o Tempo é capaz de entender o "AMOR

 Autor: Reinilson Câmara